A janela da minha cozinha se abre para o jardim. Entre uma mordida de pão, um pedaço de bolo de milho e um café forte contemplo as flores, o céu azul, o sol quente e as minhas cachorrinhas brincando.
É uma cena simples que se repete todos os dias e eu gosto da repetição das boas coisas. Houve um tempo em que eu fiquei esperando que todo dia acontecesse algo novo, surpreendente ou excepcional.
Hoje eu só quero ter paz, viver a minha vidinha sem dramas, sem neuras e sem complicações. Uma vida que por mais que eu me esforce jamais será perfeita ou livre de problemas ou dificuldades.
Houve um tempo em que eu não tinha uma janela que se abria para o jardim, na verdade eu não tinha um jardim. Era tudo concreto, não havia cor, nem borboleta, nem beija-flor e nem terra para sujar as mãos.
Mas hoje eu tenho e não perco a chance de sujar as mãos tocando a terra, adubando, regando, plantando, fazendo novas mudas e criando aos poucos, sem pressa alguma, a vidinha que é tão simples e ao mesmo tempo de tão simples se torna feliz.
Aproveito para te dizer, caro leitor, que nem sempre o lugar que você está é o lugar determinado ou desejado.
A vida sempre pode te levar para um lugar mais colorido, vibrante, cheiro de esperança, amor, acolhimento e vitória além do que você almejou em todos os teus sonhos mais bonitos. Abre a janela e deixa o vento entrar. Abre a janela e deixa a esperança te visitar.