São 18 horas e começo a arrumar a mesa. É hora de tomar café, comer bolo, pão, cuscuz e prosear. É um momento que agradeço em minhas orações todos os dias.
Na minha mente tenho um baú de recordações e nele escolho guardar os instantes que vivo ao lado da minha mãe em nossa casinha abençoada por Deus.
Ambas somos sobreviventes de uma vida difícil e estamos todos os dias sobrevivendo aos desafios que a vida coloca diante de nós.
Dizem que não podemos aumentar um dia além daqueles já escritos na livro da vida, mas o que podemos é escolher como viver cada dia. Eu escolhi sentar e tomar café ao lado da minha mãe. Cada dia você ama um pouco mais, cada dia você cuida um pouco mais, cada dia você faz um pouco mais pelo o outro e agradece a chance de não caminhar sozinha. Durante muitos anos escrevi recadinhos e deixava de forma aleatória pela casa “Eu te amo mãe”, “A senhora é o meu presente de Deus”.
Passamos o dia falando isso “Eu te amo pra cá, Eu te amo pra lá” e, ainda assim escrevemos em pedaços de papel mais “eu te amo”, pois dizer que ama nunca é demais. Penso que o amor transforma e acredito.
Penso que cuidar do outro é uma maneira bonita de viver a vida. Penso que se preocupar com alguém é uma manifestação do amor de Deus dentro de nós.
Depois do café, da conversa e de devorar alguns pedaços saborosos de bolo limpamos a cozinha e depois sentamos no jardim. As cachorrinhas precisam brincar, correr e ficamos juntas desfrutando do começo da noite que chega trazendo um vento suave depois de mais um dia quente.
Que o seu café esteja quente e que o diálogo se torne a porta da sua paz.